terça-feira, 16 de agosto de 2011

Formação docente para o ensino superior nas modalidades EaD e Presencial.

A preocupação com a formação de professores tanto EAD quanto presencial entrou na pauta mundial na ultima década pela conjunção de dois movimentos: de um lado, pelas pressões do mundo do trabalho, com a massificação e a mercantilização do ensino que se vem estruturando em novas condições, num modelo informatizado e com o valor adquirido pelo conhecimento quantitativo e não qualitativo. As Políticas públicas e ações políticas movimentam-se, então, na direção de reformas curriculares e de mudanças na formação dos docentes, dos formadores das novas gerações. Documentos internacionais diversos enfatizam essa necessidade e essa direção. Dentre eles, documentos do Banco Mundial (1995, 1999, 2002); o documento do Programa de Promoção das Reformas Educativas na América Latina (PREAL, 2004); e, como marcos amplos, a Declaração mundial sobre a educação superior no século XXI: visão e ação e o texto Marco referencial de ação prioritária para a mudança e o desenvolvimento do ensino superior (UNESCO, 1998); a Declaração de princípios da Cúpula das Américas (2001); e os documentos do Fórum Mundial de Educação (Dacar, 2000). Em todos esses documentos, menos ou mais claramente, está presente a ideia de preparar os professores para formar as novas gerações para a “nova” economia mundial e de que a escola e os professores não estão preparados para isso. As ações políticas em educação continuada (em educação em geral) instauraram-se nos últimos anos com essa perspectiva Que a educação ajuda a melhorar a economia, pela qualificação das pessoas para a sociedade do conhecimento e do consumo, ou seja conhecimento técnico com cursos aligeirados simplesmente para atender as demandas do mercado.
Na última década, inicialmente temos a LDBEN dando respaldo e redistribuindo as responsabilidades quanto a essa formação; depois, as iniciativas sucessivas com programas dessa natureza na esfera pública, com regulamentações assegurando aspectos mínimos de qualidade, em que foram realizadas avaliações internas e externas. Não seria melhor investir mais orçamento público para a ampliação de vagas em instituições públicas para formar licenciados e investir na qualificação desses cursos, em termos de projeto, de docentes, de infra-estrutura, os aperfeiçoamentos ou especializações. Seria mais adequado melhorar as condições de ensino inovando desde a formação básica dos professores para todos os níveis e modalidades presenciais ou à distância, sendo assim uma política mais condizente para a melhor qualificação dos trabalhadores nas redes de ensino, e para propiciar aos alunos dessas redes os conhecimentos importantes para sua realização pessoal e no trabalho e sua contribuição para uma coletividade mais eficaz e transformadora. Para isso, é fundamental que se tenha em mente que a Formação Continuada é um exercício constante e nunca ininterrupto.

Fonte: Revista Brasileira de Educação v. 13 n. 37 jan./abr. 2008

Nenhum comentário:

Postar um comentário